O autor, Carlos Velasco, a partir de reflexións de expresos, reflexiona sobre o terrible destino que lles esperaba ós que estiveran detidos e saían en “libertade”.
Cumprida a condena mais ou menos longa, produzia-se a excarceraçom e o preso, ou presa, tornava à vida civil. Reencontrava-se daquela com os familiares e amigos sobreviventes, com o bairro, aldeia ou vila de nascença ou de adopçom, mas nom com a liberdade. De maneira nengumha com a liberdade. Porque estar libre, ou seja nom encarcerado, na Galiza ou na Espanha de Franco era “apresentar-se à Guardia Civil regularmente, ou ires a casa, e um ano despois, ou mais, ou menos, seres chamado a filas para fazer a mili de Franco, passando primeiro pola Caixa de Recrutamento, logo a um Batalhom Disciplinário de Soldados Trabalhadores Penados, como mínimo o tempo normal da quinta”; como também ver-se despedido do trabalho, ou inabilitado para exercer a profissom e confinado nas lindes de um determinado município durante anos e anos; atopar-se com os vizinhos de toda a vida aferrolhados pola fame, o terror e mais o silêncio; com o entorno que dera sentido ao próprio existir social e laboral desprovido dos vínculos comunitário-afectivos de outrora, quebrados implacavelmente pola repressom; era, enfim, ser inscrito sem mais requilórios como CAR (católico apostólico romano) em diversas instâncias oficiais, nomeadamente as militares; precisar, para poder circular polo território nacional, de um salvoconduto policial canda a correspondente certificaçom parroquial de ter cumprido o preceito pascual… e assim por diante.
Nom surpreende, já que logo, a decepçom e o desânimo que, mesmo umha personalidade tam reja como a da Isabel Rios, se vê abocada a experimentar no momento da sua excarceraçom: “Cando saio em liberdade o silêncio de Espanha impressiona-me fondamente. Ninguém di umha palavra sobre tanto crime e tanta dor. É como se realmente nom tivessem transcorrido quarenta anos de terror, ou como se tivéssemos estado mergulhados num sopor e perdido a memória”. É a mesma impressom deprimente que encontra Garcia Durám na sua tomada de contacto com a realidade de extra-muros: “Ao dia seguinte viñeron os meus pais. ¡Que vellos estaban! Coca xa tiña máis cabelo branco que negro; e papá estaba moi delgado. Despois de abrazarnos sentamos, e Coca, enxugando as bágoas e sen deixar de mirarme, dicíame: ´¡Que cambiado estás! Ata a túa voz soa diferente. Falas… non sei como. ¿Pasaches moita fame? ¿Sufriches moito? Pobre filliño, e eu sen poder valerte’ O meu pai gardaba silencio e mirábame. E os seus ollos, cun brillo esmorecido, impresionábanme, dábanme pena. Sei o que pensaba: todo estaba perdido. Eu non podía volver á casa. O taller, embargado. Sen medios e tendo que traballar moi duro para mal comer. A miña nai mirounos aos dous”.
Até umha persoa de posiçom social abastada e, portanto, em situaçom bem menos angustiosa —mália que nom isenta de perigo — como Ana Mª Alvajar, na altura apenas umha adolescente afastada dos seus pais exiliados, tem deixado testemunho nas suas memórias de aquele ambiente de terror, miséria material e moral e mediocridade intelectual, mistura de quartel e sancristia, em que se convertera a vida cotiá da mam dos artífices da Victoria.
E é que, como tem assinalado Nicolás Sánchez Albornoz , “em matéria de liberdade, o cárcere e a rua diferenciavam-se só num grau. Espanha inteira —deve-se recordar — era daquela umha imensa prisom”[1].